terça-feira, 12 de julho de 2011

Durante muito tempo eu tentei me enganar, mentir para mim que o que eu sentia era saudade do que eu significava pra você, saudade de como você me tratava, do que sentia por mim. Tanto tentei que acreditei. Mas de nada adianta mentir: a verdade sempre vem à tona. Agora, vou ser sincera, nem que isso seja a última coisa que eu faça, que eu diga: eu sinto a sua falta, e MUITO. Não é algo passageiro, é real. Me consome a cada dia mais. E ontem, eu chorei. Soa estranho se considerarmos que faz meses que não nos falamos, mas valeu por todo esse tempo. Porque eu sempre escrevi sobre lágrimas que perfuram a alma em seu ponto mais íntimo, mas – que hipócrita! Eu nunca tinha sentido isso. Então senti. E mereci, mereci cada uma das lágrimas que derramei, por tudo que já te fiz passar, pelo tanto que já te fiz sofrer, mereci. Por isso, então, sinta-se vingado: doeu mais do que qualquer outra coisa que eu já tenha lhe feito. Eu queria poder te pedir desculpas, mas sei que isso não basta. Você não vai voltar, as coisas não vão mudar, eu sei que não. Acho até – e por que isso me dói tanto? – que você sequer sente minha falta, e eu? Não tenho coragem para admitir pra mim mesma que sinto a sua. Queria poder te mostrar isso que estou escrevendo, te contar, com riqueza de detalhes, cada uma dessas sensações agonizantes que venho sentido, mas não. Não farei isso: eu tenho medo. Medo da sua reação, de acabar me humilhando ao fazer isso… Eu não sabia o quanto eu era covarde. Agora sei. Peço desculpas por não ter sido boa o bastante enquanto podia. Você se lembra de quando eu terminei com meu namorado que você tanto detestava? Sabe que eu fiquei muito mal: nunca tinha amado alguém como o amei, nunca havia sentido por uma pessoa o que senti por ele. Espero que você se lembre disso tão perfeitamente quanto eu. Hoje, porém, agora que vocês dois se foram, tudo o que me resta são lembranças. Penso nele e sinto saudades do que éramos – como eu o queria de volta! Mas e em você? Penso em você e sofro: me dói porque eu não sinto falta do que éramos. Porque não éramos nada. Me dói porque do que eu realmente sinto falta, é do que poderíamos ter sido e não fomos por minha culpa.

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